Por Stéfano Ilha Dissiuta*
O Sabiá é uma espécie nativa do Nordeste, que ocorre com maior frequência no Ceará e no Piauí. Sua madeira é muito difundida como um produto florestal na utilização em cercamento de áreas, mas também é utilizada como esteios em cultivos agrícolas e sustentação em culturas como as de maracujá, uva, chuchu e pimenta do reino. Conhecida no comércio com o nome de “estacas”, muitas vezes ela é vendida em volumes a granel sem qualquer classificação.
No mercado especializado, ela é classificada da seguinte forma:
Este sortimento tem correlação com a qualidade da floresta. Em áreas naturais sob manejo florestal, há uma maior diversificação de produtos. Já em plantios homogêneos e comerciais, tendem à maior homogeneidade com produtos de melhor qualidade.
Interessante observar é a segmentação dos usos, mesmo neste ambiente mais tradicional que é o cercamento de imóveis rurais. Sua utilização é dividida nos seguintes setores:
– Energias renováveis (parques eólicos e fotovoltaicos), com diversos projetos Nordeste demandando produtos;
– Rodovias, na construção de cercas ao longo das estradas;
– Projetos governamentais de apoio a comunidades rurais com programa de cisternas, galinheiros comunitários e ovinocaprinos de pequena escala;
– Projetos de crédito rural que demandam reforma ou construção de novas cercas são clientes com um bom potencial para melhor exploração.
Ao falarmos de comercialização, sempre nos interessa como o mercado se comporta em termos de preços. Quando cheguei ao Ceará, em 2010, para realizar um inventário de quantos hectares de sabiá haviam sido plantados na serra da Ibiapaba via crédito rural, os preços eram de R$ 2,00 a unidade. Hoje, os valores variam de R$ 3,00 a R$ 4,00 FOB. Porém, a forma como o produtor organiza sua venda (estrutura verticalizada) pode atingir preços melhores, conforme exemplo abaixo:
Por mais interessante que o mercado se mostra hoje, pensar novas formas de uso do Sabiá é algo que nos instiga. Há alguns exemplos experimentais que inspiram novos nichos de mercado, como ripas e caibros na construção civil, mourões “premium” beneficiados substituindo mourões de concreto em áreas litorâneas, estruturas internas de móveis substituindo o eucalipto e estruturas em metais são caminhos a prospectar.
Enxergamos o Sabiá como um produto madeireiro consolidado e com demanda crescente, com a potencialidade de se transformar em novos produtos que substituam outros, por sua maior durabilidade natural, estética e também por ser economicamente mais competitivo e ambientalmente amigável em alguns casos. Investir em florestas de Sabiá nos traz a certeza de conciliar produção responsável e conservação do semiárido brasileiro.
Se você ficou interessado em investir no Sabiá, entre em contato com a Ymbu Agroflorestal, através de nossos canais, que você encontra aqui.
* Stéfano Ilha Dissiuta é engenheiro florestal, formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atua há dez anos no mercado nordestino com projetos de reflorestamento de nativas com agricultores e empresários. Há cinco anos, atua também no comércio de madeiras nativas, com compra e venda de produtos florestais, em especial o Sabiá