Dia da Árvore: iniciativas locais pela preservação - Ymbu Agroflorestal

Dia da Árvore: iniciativas locais pela preservação

Hoje, 21/09, é o Dia da Árvore, data criada para incentivar a reflexão a respeito de nossas atitudes em relação a esta riqueza natural. Fundamentais para a nossa sobrevivência, as árvores vêm sendo constantemente exterminadas, e não somente em atos como as queimadas de grandes áreas florestais, mas também em centros urbanos, onde é comum vê-las sendo substituídas por edificações ou, muitas vezes, por nada.

E essa prática não é de hoje, como observado e retratado por Alexander Von Humboldt, geógrafo, naturalista e explorador, durante sua primeira viagem à América do Sul, no final do século XVIII, após se deparar com sua primeira experiência em uma região de desmatamento. “Quando as florestas são destruídas, como o são em toda parte na América, por obra dos plantadores europeus, como uma precipitação imprudente, as fontes de águas secam por completo ou se tornam menos abundantes. Os leitos dos rios, permanecendo secos durante parte do ano, são convertidos em torrentes toda vez que caem pesadas chuvas em suas cabeceiras. Desaparecendo a relva e o musgo, juntamente com a vegetação rasteira nas encostas das montanhas, as águas das chuvas não sofrem obstrução em seu curso; em vez de aumentarem lentamente o nível dos rios por meio de progressivas filtragens, durante as intensas chuvaradas, as águas sulcam os declives das colinas, empurram para baixo o solo solto e formam as súbitas inundações que devastam o país.”

O resultado do desmatamento é um prejuízo gigantesco para a vida como um todo. Sem árvores, passamos para um estado de desertificação e perda de biodiversidade e problemas como erosões, assoreamento de rios, aumento da temperatura e redução das chuvas e da umidade relativa do ar tornam-se habituais, causando um grande impacto no bem-estar de toda a população. Plantar uma árvore, hoje, é um ato de resistência, que indica uma mudança de postura e conscientização a respeito do que vamos deixar como herança para as gerações futuras.

A propósito, em artigo publicado na Nature (leia na íntegra aqui), em 10 de setembro, 60 cientistas e pesquisadores mostram o caminho para um futuro mais verde, com mais água e alimentos e, consequentemente, mais saúde para todos os seres vivos. De acordo com o estudo, se começarmos a agir agora, ainda em 2020, teremos a biodiversidade recuperada em 2050. Para obter este resultado, eles sugerem cinco ações, que são: 

  1. Restaurar áreas degradadas e conservar áreas de proteção ambiental;
  2. Reduzir em 50% o desperdício de alimentos e de produtos descartados;
  3. Promover a agricultura local sustentável e ampliar os sistemas agroflorestais;
  4. Melhorar a alimentação humana para que seja mais saudável e sustentável, reduzindo em 50% o consumo de carne e outros alimentos, cuja produção demanda muito espaço;
  5. Tornar o comércio internacional sustentável.

O perfil Árvore Água ilustrou o estudo:

O grande problema é que estas ações deveriam ser locais, mas integradas a um plano global, e sabemos que há muitas dificuldades para que isso aconteça, afinal, nem todos têm a mesma consciência, nem os mesmos objetivos quando o assunto é meio ambiente. No entanto, precisamos considerar que há muitas pessoas envolvidas em reverter a atual situação, atuando das mais diversas maneiras, dentro do que é possível para cada uma, seja através de grupos, organizações ou até individualmente, e aqui, reunimos algumas ações que fazem toda diferença para que o futuro seja, de fato, mais verde.

Plataforma i-Tree 

Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da conservação das árvores, David Nowak, do Serviço Florestal dos Estados Unidos, e Scott Maco, do DaveyInstitute, criaram a plataforma i-Tree. Através dela, eles disponibilizam de forma gratuita ferramentas que ajudam a quantificar os valores dos serviços ecossistêmicos e benefícios das árvores urbanas e florestas comunitárias em várias escalas.

“A capacidade de articular a importância das árvores e florestas em termos de mitigação de poluição, redução do escoamento de águas pluviais, sequestro e armazenamento de carbono e muito mais permitiu que os usuários do i-Tree melhorassem o gerenciamento de árvores e florestas, planejassem estrategicamente, aumentassem a conscientização, participassem de decisões fabricantes e construir novas parcerias”, diz o site, que está em funcionamento há dez anos e é utilizado por educadores, empresários, governos e até pessoas que costumam plantar em seu próprio quintal.

Plataforma TerraMatch 

Atuando de forma global, o TerraMatch foi lançando em 2019 e tem como objetivo a plantação de um trilhão de árvores no mundo, incluindo áreas como a Mata Atlântica brasileira eas florestas do México, do Peru e de países africanos.Com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a plataformareúne uma série de recomendações técnicas baseadas na qualidade do solo e nos tipos de árvores para facilitar a tarefa por parte de governos, iniciativas privadas e cidadãos que participam do combate às mudanças climáticas.

“A meta da TerraMatch é reunir os patrocinadores com os especialistas locais para desenvolver planos com base no entendimento mútuo e com muito mais chances de sucesso”, afirma Aaron Minnick, gerente da plataforma, que já ajudou a canalizar mais de US$ 2 milhões dos patrocinadores para os cultivadores. Nas florestas e fazendas de Ruanda, cooperativas lideradas por mulheres, estão plantando 42 mil árvores nativas, isolando terraços e encostas e evitando a erosão. Com isso, eles estão produzindo uma fonte sustentável de madeira e água para a comunidade.

Acessando o site, disponível em quatro idiomas, incluindo o português, é possível criar uma conta e ter acesso a todo o trabalho já executado pelo TerraMatch, que inclui ações já sendo concretizadas na Mata Atlântica brasileira, através de esforços de governos locais e entidades parceiras.

E-book Atividades em Áreas Naturais

Destinado a educadores, o e-book de Rita Mendonça incentiva o contato direto com a natureza na educação infantil, sugerindo atividades em parques naturais ou urbanos, praças e jardins. Em 11 capítulos, ela indica um caminho para que seja desenvolvida uma intimidade com a natureza desde os primeiros anos de vida, envolvendo questões como reciprocidade, autoconhecimento e vivências ao ar livre.

Tendo em vista o crescimento dos centros urbanos e o distanciamento cada vez maior das pessoas com a natureza, que culminam até no desconhecimento da origem dos alimentos, o e-book vem em um momento oportuno, buscando o encantamento e consequente conscientização das crianças. Afinal, ao entrar em contato com a natureza, se tem acesso ao movimento contínuo da vida, o que inclui o nosso próprio processo de desenvolvimento.

O e-book está disponível de forma gratuita. Para fazer download, basta clicar aqui.

Plantio Brasil

Já falamos sobre o projeto aqui no blog (acesse o post aqui). O Plantio Brasil é um mutirão que, em sua primeira edição (2019), alcançou 60 municípios do Espírito Santo e 12 estados brasileiros. Neste ano, o evento também tem como objetivo homenagear as vítimas da pandemia, e a ideia é plantar uma árvore para cada uma delas. Ou seja, o plano é chegar a mais de 130 mil mudas plantadas.

Nós, da Ymbu Agroflorestal, já garantimos nossa participação, doando 2 mil mudas para o projeto e participando, através de nosso fundador, Mathias Lessmann, do ciclo de palestras que o Plantio Brasil irá realizar ainda em setembro.

O Plantio Brasil está alinhado com a Agenda 2030 da ONU, através do comprometimento de suas ações, de forma direta, e está aberto à participação de todos que tiverem interesse em fazer a sua parte pelo meio ambiente. Para isso, é necessário preencher o formulário, que está aqui. Além de informar o local de plantio, os participantes podem indicar também um familiar ou amigo vítima da Covid-19, que dará seu nome à árvore a ser plantada. Todas as ações serão documentadas em vídeos e fotos.