Você já se rendeu ao poder das PANCs? As plantas alimentícias não-convencionais possuem alto potencial nutritivo, mas ainda são pouco consumidas no Brasil.
O motivo é simples: a maioria das pessoas desconhece seu caráter comestível. A Vitória-régia, por exemplo, é famosa por sua beleza, mas quase ninguém sabe que seu fruto pode ser consumido.
As PANCs, normalmente, se desenvolvem espontaneamente – por isso, muitas vezes, são chamadas de mato –, mas seu cultivo vem crescendo entre os pequenos produtores e também em plantios domésticos. O melhor é que o cuidado com elas é bem simples, já que são resistentes e pouco atacadas por pragas.
Uma curiosidade a respeito das PANCs é que elas faziam parte da culinária no passado, mas foram perdendo espaço nas receitas com o passar do tempo. Isso é lamentável, levando em consideração seu sabor e alto potencial nutricional.
Também vale ressaltar que algumas plantas podem ser consideradas não-convencionais em alguns lugares, ao mesmo tempo em que são muito consumidas em outras regiões. Além disso, há plantas muito conhecidas, mas que não são consumidas por inteiro. A bananeira é um exemplo. Enquanto a banana é superpopular, o coração da bananeira, muitas vezes, é desperdiçado, mesmo tendo muitas propriedades nutricionais. Por isso, muitos o consideram uma PANC também.
De toda forma, é sempre bom consultar especialistas antes de consumir uma planta pela primeira vez, pois há muitas plantas tóxicas que podem ser confundidas com PANCs.
As PANCs da Caatinga
A nossa querida mata branca é riquíssima em variedades de PANCs. Conheça algumas delas.
Umbu ou Imbu (Spondias tuberosa arruda)
Em tupi, é Ymbu, ou “árvore que dá de beber”, pois chega a armazenar quase mil litros de água em suas raízes. Por isso, foi chamada por Euclides da Cunha de “árvore sagrada do Sertão”. Também é a árvore que dá nome à nossa empresa.
Para a alimentação, o Umbu oferece suas folhas que, quando novas, podem ser consumidas cruas ou cozidas, em forma de saladas, refogados e sucos. Já a batata também pode ser comida in natura ou transformada em doces e sucos.
Quipá (Tacinga inamoena)
Embora pouco valorizado, o fruto do Quipá é rico em cálcio, magnésio, potássio, fósforo e vitamina C. Pode ser transformado em doces e geleias, mas é preciso tomar cuidado com os espinhos.
Juá/Juazeiro (Ziziphus joazeiro)
Sua fruta é rica em vitamina C e possui muitas propriedades medicinais. É adstringente, anti-inflamatória, antigripal, cicatrizante, desopilante e expectorante. Também é usada como higienizante, sudorífero e tônico capilar.
Mandacaru (Cereus jamacaru)
Outra planta raramente consumida na alimentação, apesar de seu fruto ter uma polpa suculenta. Os ramos novos também podem ser usados em doces e sucos.
Xique-xique (Pilosocereus gounellei)
Com sabor adocicado, o fruto deste cacto é muito prestigiado pelos pássaros. Já a suculência do caule dá a ele uma consistência macia.
Chifre de bode ou rabo de raposa (Harrísia adscendens)
Mais um cacto comestível. Como tanto a flor quanto o fruto apresentam espinhos, é preciso tomar cuidado ao consumir.
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