Jovens lideram luta pelo meio ambiente - Ymbu Agroflorestal

Jovens lideram luta pelo meio ambiente

Greta Thunberg não está sozinha em sua luta em prol do meio ambiente. Ao seu lado, espalhados pelo mundo inteiro, jovens seguem os passos da ativista sueca de 18 anos, responsável pelo Fridays for Future.

O movimento de Greta tem como objetivo exigir ações significativas por parte das autoridades a fim de combater o aquecimento global. Para isso, desde agosto de 2018, ela realiza uma greve escolar às sextas-feiras, que começou próxima ao parlamento sueco.

Sua atitude a levou a discursar na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática no mesmo ano. Já em 2019, a garota viajou de veleiro (por conta da emissão de carbono por parte dos aviões) até os Estados Unidos para participar da Cúpula das Nações Unidas sobre Ação Climática.

Na sequência, Greta recebeu inúmeras honrarias e prêmios. Entre eles, uma bolsa honorária da Royal Scottish Geographical Society, inclusão nas listas das 100 pessoas mais influentes da Time e das 100 Mulheres Mais Poderosas do Mundo de acordo com a Forbes, em 2019, e duas indicações consecutivas para o Prêmio Nobel da Paz (2019 e 2020).

Considerada líder do ativismo ambiental, Greta vê seu exército crescer dia a dia, inclusive no Brasil. De acordo com estudo publicado na revista Science, em outubro de 2020, o interesse pelas causas ambientais aumentou entre os jovens brasileiros, especialmente os que vivem mais próximos à Amazônia.

A propósito, pesquisa divulgada em setembro de 2021, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostra que jovens brasileiros são mais interessados no tema do que os alemães. A pesquisa “Valores e conhecimento ambiental de estudantes participantes de greves contra a mudanças climáticas: uma perspectiva comparativa entre Brasil e Alemanha” foi realizada pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, Renan Barbosa, durante doutorado-sanduíche na Universidade de TÜbingen, na Alemanha.

Seu trabalho, que foi inspirado na atuação de Greta, se baseia no ensino e aprendizagem voltados à educação ambiental nas disciplinas de ciências nas escolas. Ele avaliou conhecimento, forma como o conteúdo é abordado em sala de aula, comportamentos e tomadas de decisões no cotidiano.

O estudo mostrou que estudantes brasileiros demonstram maior nível de atitudes ambientais preservacionistas, enquanto os alemães possuem maior nível de conhecimento ambiental. E isso está diretamente ligado ao que se aprende nas escolas. A pesquisa considerou ainda a diferença de gêneros, e o resultado mostra que as mulheres tendem a ser mais preservacionistas do que os homens.

Isso, porém, não é exatamente uma novidade no debate ambiental. As mulheres vêm, de fato, protagonizando o movimento, como pode ser visto, por exemplo, em diversos artigos do site Modefica e na ascensão de nomes como o da indiana Vandana Shiva, de 68 anos, que é filósofa, física, ativista e uma das autoras do livro “Ecofeminismo”, lançado em 1992.

A seguir, conheça três jovens mulheres que protagonizam o movimento no Brasil.

Paloma Costa

Advogada e defensora dos direitos humanos, Paloma tem 29 anos e coordena o Grupo de Trabalho em Clima da ONG Engajamundo. Também é assessora do Instituto Socioambiental (ISA) e coordenadora das delegações jovens para a Conferência do Clima, da ONU.

Paloma é de Brasília e compôs a mesa de abertura da Cúpula do Clima das Nações Unidas, em 2019, ao lado de Greta, com um discurso foi incisivo. Também foi nomeada um dos sete jovens líderes climáticos pelo Secretário Geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, para o Grupo de Aconselhamento de Jovens, e é criadora do projeto Ciclimáticos, que realiza viagens de bicicleta pelo Brasil com o objetivo de engajar outros jovens.

Artemisa Xakriabá

Aos 21 anos, Artemisa tornou-se conhecida ao discursar na Cúpula da Juventude pelo Clima, em 2019. Em seu discurso, salientou o impacto da crise ambiental para os povos originários.

Artemisa é uma voz que cresce dentro de seu grupo indígena situado em Minas Gerais, marcado pela resistência histórica contra os bandeirantes, os pecuaristas e garimpeiros. Hoje, ela representa mais de 25 milhões de comunidades da Aliança Global de Comunidades Territoriais, formadas pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), COICA (Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica), AMPB (Alianza Mesoamericana de Pueblos y Bosques), AMAN (Aliança dos Povos Indígenas do Arquipélago da Indonésia),

Já participou de inúmeros eventos internacionais, incluindo um que ocorreu no Congresso americano, em Washington, e que reuniu jovens ativistas de diversos países.

Alice Pataxó

Aos 19 anos, Alice tem se destacado nas redes sociais, desde que criou o canal Nuhé, no Youtube. Comunicadora e estudante de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, na Universidade Federal do Sul da Bahia, Alice leva seu ativismo para além das causas indígenas. 

Com quase 100 mil seguidores no Instagram, viu sua pauta ganhar outros espaços. É colunista do Projeto Colabora e do Yahoo, além de assumir recentemente o posto de embaixadora do National Geographic.

Neste momento, Alice está na Europa, em sua primeira viagem internacional, participando de uma série de eventos relacionados à causa indígena e, consequentemente, ambiental – incluindo o COP26.